Várias doenças se enquadram neste grupo e se constituem em verdadeiras emergências capilares, pois se não tratadas à tempo podem levar à perda em definitivo dos folículos.
Pode ocorrer devido a vários processos, como queimaduras, traumas e algumas doenças dermatológicas que afetam a pele e/ou o couro cabeludo. Dentre estas, destacamos:
1 – Liquen plano pilar: pode acometer o couro cabeludo e/ou a pele. Consiste na presença de áreas atróficas, esbranquiçadas, podendo ter sintomas como prurido (coceira), ardor e descamação. Para diagnóstico, é necessária tricoscopia muitas vezes complementada por biópsia.
2 – Alopecia frontal fibrosante: considerada uma variante de Líquen plano pilar, acometendo mais frequentemente mulheres após a menopausa. É comum o acometimento das sobrancelhas. No couro cabeludo a área de alopecia se inicia na linha frontal, tornado a pele desta região fina e pálida e com aumento dos recessos fronto-temporais (entradas).
3 – Lupus eritematoso cutâneo crônico/lúpus discoide: geralmente acomete apenas a pele e/ou o couro cabeludo, tendo associação com lúpus sistêmico em apenas 20% dos casos. Inicia com placas eritematosas (avermelhadas) evoluindo para placas atróficas com telangiectasias (“vasinhos”).
4 – Pseudopelada de Brocq: ainda não se sabe a etiologia, mas acredita-se que pode ser uma fese terminal do LPP ou do LECC. Geralmente são vistas áreas “peladas”, cor da pele, sem sintomas.
5 – Alopecia cicatricial central centrífuga: mais comum em mulheres negras, acomete preferencialmente a região do vértice (“coroa”) de caráter progressivo. Pode estar associado com prurido (“coceira”) e aumento da sensibilidade local. Suspeita-se que um fator desencadeante seja o uso de tratamentos capilares agressivos, como alisamentos térmicos ou químicos.
6 – Alopecia de tração: também mais comum em mulheres que usam apliques ou penteados que tracionam os cabelos de forma exagerada, levando a áreas com redução da densidade dos cabelos. Caso a tração seja frequente, pode gerar áreas de alopecia definitiva.
7 – Foliculite decalvante: inicia-se com descamação, prurido (“coceira”) e pústulas no couro cabeludo, evoluindo para áreas de alopecia, geralmente como placas elevadas com crostas e politriquia (Imersão de vários fios de um mesmo orifício)
8 – Foliculite dissecante: Consiste em nódulos e abscessos dolorosos e intercomunicantes no couro cabeludo, gerando áreas de alopecia. É comum a drenagem de secreção purulenta.
9 – Keriun (micose inflamatória do couro cabeludo): mais comum em crianças, apresentando-se como placa dolorosa e pruriginosa, com crostas e drenagem de secreção e consequente formação de área de alopecia.
Nos quadros dermatológicos, os tratamentos são difíceis, muitas vezes não se conseguindo cura. Existem várias opções de terapêuticas, e quanto antes iniciar o tratamento, maior a chance de estabilizar os sintomas e impedir a progressão do quadro. Os tratamentos consistem em medicamentos por via tópica, oral, injetável (infiltração local). O microtransplante capilar é uma opção nos quadros estáveis e sem progressão por um período mínimo de 2 anos.